segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O CRENTE E O USO DA SORTE (PARTE I)

O CRENTE E O USO DA SORTE

No Antigo Testamento, Deus dava o Espírito Santo somente aos líderes. Somente eles tinham o Espírito Santo, portanto, podiam desfrutar de uma comunhão mais íntima com Deus. Quando Moisés reuniu Israel ao pé do Monte Sinai, Deus mandou que Moisés “marcasse limites ao redor do monte (..) para que o povo não transpassasse o termo para subir ao Senhor” (Êxodo 19:23,24). Somente Moisés, o líder, subiu à presença de Deus, pois somente ele tinha o Espírito Santo. O povo o observava de longe.
No Antigo Testamento, quando o líder tinha de tomar algumas decisões, ele não consultava o povo, pois tendo ele o Espírito Santo e a povo não, suas decisões expressavam a vontade de Deus. No entanto, isso causava algumas vezes, rebelião do povo, pois dava a entender que o líder estava se beneficiando propositadamente. Então, nesse caso, Deus utilizava-se do uso da sorte para “falar”, isto é, para expressar sua vontade, evitando dessa maneira, a revolta do povo contra o líder.
Vejamos alguns casos:
· Em Josué 13:6, Deus permitiu o uso da sorte exatamente para evitar a revolta entre as tribos, afim de que elas não achassem que o líder Josué estaria privilegiando uma tribo em detrimento das outras na distribuição das terras.
· Em Samuel 10:17-21, vemos mais uma vez Deus permitindo o uso da sorte, agora, na escolha do rei de Israel. Deus assim permitiu exatamente para evitar que o povo se rebelasse contra o líder Samuel, caso ele escolhesse um rei de sua preferência. O povo estava tão revoltado que exigiu de Samuel um rei, isto lemos no v. 19, Samuel falando ao povo: “Vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos e lhes tendes dito: põe um rei sobre nós”. Fica claro, então, que Samuel usou da sorte para que o povo, que já estava rebelde, não ficasse mais rebelde ainda caso ele apontasse o rei de sua preferência. Deus utilizou-se da sorte para expressar a sua vontade no que diz respeito aquele que deveria reinar em Israel. Quando lemos o v.27, verificamos que mesmo usando a sorte, houve um grupo que não aceitou Saul como rei de Israel – “Mais, os filhos de Belial disseram: é este o que nos há de salvar? E os desprezaram e não lhes trouxeram presentes”. imagine se Samuel tivesse apontado pela revelação do Espírito Santo, que habitava nele, Saul para ser rei de Israel. Você pode imaginar a revolta?
Portanto, somente os líderes eram quem tomavam a iniciativa do uso da sorte, e só em alguns casos. Os líderes assim faziam quando, dirigidos pelo Espírito Santo. Vale salientar que “lançar sorte” não era ao acaso, mas Deus fazia que a sorte expressasse a Sua vontade. Veja o que diz Provérbios 16:33. “A sorte se lança ao regaço, mas do Senhor precede toda decisão”.
O CASO DE JONAS
No caso de Jonas, o lançar sorte foi feito por pagãos (incrédulos). Portanto, não foi dirigida pelo Espírito Santo. Deus não aprovou a prática dos pagãos, mas na Sua soberania utilizou-se da sorte para disciplinar Seu servo Jonas. Deus fez uma jumenta falar para advertir o profeta Balaão, assim, na Sua soberania Deus se utilizou de uma prática dos incrédulos - a sorte, para disciplinar aquele a quem amava.

O CASO DE ACÃ
Os israelitas haviam sido derrotados em Ai, sendo a causa dessa derrota motivada por um homem chamado Acã, que ficou com os despojos de Jericó: uma capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro (Josué, 7:21). Deus, então, revelou que Acã havia sido o motivo da derrota. Ora, se Josué apontasse Açã, para ser eliminado do meio do povo, a família dele poderia promover uma rebelião. Deus, então, disse: "Pela manhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o Senhor designar por sorte se chegará; segundo as famílias; e a família que o Senhor designar se chegará por casas; e a casa que o Senhor designar se chegará homem por homem" (Josué 7:14). Veja bem: Deus direcionou o uso da sorte por parte de Josué, exatamente para evitar que a família protestasse caso Josué, por revelação de Deus, apontasse diretamente a pessoa que havia sido o motivo da derrota em Ai. Portanto, para que o clima fosse de justiça e imparcialidade, Deus utilizou-se da sorte.
A LEI SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS
Em números 26:55 e 56 vemos Deus estabelecendo a Lei acerca da divisão da terra: "Todavia, a terra se repartirá por sorte; segundo os nomes das tribos de seus pais, a herdarão. Segundo a sorte, repartir-se-á a herança deles entre as tribos maiores e menores”. Veja que o Senhor estabeleceu o uso da sorte para a distribuição das terras, exatamente para que o líder não fosse acusado de injusto e parcial.
Portanto, a motivação para o lançamento de sorte era a intervenção de Deus na escolha final. Hoje não precisamos do lançamento de sorte. Por quê? Porque Deus nos deu o Espírito Santo que pode guiar o crente no conhecimento de Sua vontade.
O CASO DOS SOLDADOS
Os soldados que estavam ao pé da cruz quando Jesus agonizava, lançaram sorte sobre Sua veste (João 19:24). Mas, lembre-se: os soldados eram incrédulos. Enquanto Jesus morria, em um total descaso e indiferença, os soldados desprezavam o sacrifício de Jesus. Aqueles que ainda hoje lançam sorte como vontade de Deus, sabendo que o Senhor Jesus pela Sua morte aboliu a lei (que incluía a sorte para expressar a vontade de Deus) estão também semelhantemente aos soldados que estavam ao pé da cruz desprezando e ignorando o sacrifício de Cristo.

Algumas pessoas dizem que sortear uma Bíblia não tem nada demais, pois até incentiva o sorteado a lê-la. Por este raciocínio imagine como a grande maioria das pessoas, não sorteadas fica desestimulada em ler a Bíblia. Outros alegam que o sorteio favorecerá o pobre que não tem condições de comprar uma Bíblia. Ora, o sorteio, por ser ao acaso, pode beneficiar uma pessoa que tem condição de comprar uma Bíblia, e até mesmo uma pessoa rica.
Ir. Marcos Pinheiro

Um comentário:

  1. Que o Senhor Jesus te abençõe cada vez mais meu irmão, obrigado pela informação.

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