CUIDADO COM OS PASTORES-XAMÃS
O tema abraçado por
muitos evangélicos é: “Se alguma coisa deu certo, então é a verdade”. Nesse
contexto, a “coisa” não pode ser questionada e deve ser adotada. A verdade
passou a ser funcional e trocada pelos ensopados de Jacó trazendo imensuráveis
estragos ao Evangelho. A Bíblia não é mais a revelação proposicional de Deus,
mas um manual de experiências religiosas. As Escrituras são usadas para se
dizer o que se quer.
Xamã é uma palavra
que os antropólogos passaram a usar para descrever os que antigamente eram
chamados de pajés, bruxos, feiticeiros e magos. Na visão antropológica um xamã
está apto a praticar exorcismos, desfazer feitiços e reverter os efeitos de
atos de magia negra realizados contra alguém. Os xamãs crêem que o ato de
imaginar vividamente uma cena em sua mente acaba por transformá-la numa
experiência real. O xamanismo ganha cada vez mais espaço dentro da igreja
evangélica brasileira. A verdade bíblica já não é a solução, sendo substituída
pela lisonja e por fantasias da mente. Muitos pastores caíram na velha prática
ocultista dos xamãs ao tentar criar a realidade e até mesmo manipular a Deus
por meio da formação de imagens mentais vívidas. Dizem eles: “Visualize a
bênção que você está orando e você a obterá”. Dessa maneira, pasmem! Os crentes
estão sendo ensinados a se visualizarem dentro de uma mansão com uma BMW na
garagem.
Os pastores-xamãs
consideram-se como inspirados no sentido em que o são os profetas da Bíblia.
Seus sermões com altas doses de alegorização são, segundo eles, uma continuação
e fonte autorizada de verdade. Seus ingredientes postos são: sinais, milagres,
prodígios e emoções afloradas. A oração dos pastores-xamãs é a mais forte, pois
tem sentido moral, espiritual e místico. Seus bajuladores dizem: “Você vai
ouvir, agora, uma oração do pastor...”.
Os pastores-pajés declaram
que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas se afastam anos-luz de uma hermenêutica
sadia. Na sua megalomania se dizem “canal especial de Deus para esta geração”.
Deus só age por meio deles e no espaço físico que eles comandam. A Bíblia
deixou de ser o livro que expressa a vontade de Deus aos homens e passou a ser
o elemento subsidiador de práticas ocultistas.
Os pastores-bruxos
têm calcado suas práticas no Antigo Testamento. No intuito de encher a igreja
criam doutrina que o cristianismo, nunca suspeitou haver: “Quebra de maldição
na família”. A Bíblia diz em Jeremias 31:29 e 30 “Naqueles dias, nunca mais
dirão: os pais comerão uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que se
embotaram, ao contrário cada um morrerá pela sua iniqüidade, os dentes de todo
aquele que comer uvas verdes é que se embotarão”. Ou seja, o que seu pai fez,
não importa. O que seu avô fez não importa. Importa o que você faz. Importa
como você usa sua vida e como você se porta diante de Deus. Em Ezequiel 18:2-4
Deus reforça a responsabilidade pessoal quanto ao pecado. Cada um presta conta
de seus próprios pecados. Os dentes dos filhos não sentem dor pelo mau uso dos
dentes dos pais, essa é a lição!
Uma característica
dos pastores-pajés é o marketing que fazem de si e de sua igreja. Esses homens
são repletos de truques e invenções tornando o Evangelho trivial e
transformando Deus em um produto a ser vendido. Desse modo, a fé virou uma
atividade recreacional e a igreja virou um clube. Um deles chegou às raias do
ridículo ao dizer que estando tirando a barba, Jesus veio ao seu encontro, no
banheiro, o abraçou e lhe deu um esboço de sermão. Os pastores-pajés se acham
um sacerdote com poderes especiais que ninguém tem. Foram contaminados pelo
vírus da idolatria do sucesso e, por isso se deleitam em ser proeminente.
Os pastores-xamãs têm
um único objetivo: aumentar o seu poder político com mais e mais espaço, com a
compra de mais e mais propriedades e, consequentemente com o crescimento de sua
arrecadação. Eles são os “magnatas da fé” que vivem às custas de suas “ovelhas”
exploradas e enganadas. Manejam bem os esquemas totalitários, agem como se
tivessem super-poderes vitalícios e, para isso cercam-se de uma tropa de
subservientes e babões. Em época de eleições, apresentam inescrupulosamente no
púlpito, seu candidato a vereador, a deputado e a senador.
Que o Senhor livre a
igreja brasileira de homens metidos a Deus. Homens que têm a mania de sustentar
empáfias. Homens que fazem de Deus sua propriedade. Deus nos livre dos
pastores-xamãs!
Ir. Marcos Pinheiro
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