terça-feira, 13 de setembro de 2016

CANDIDATOS EVANGÉLICOS: MEDITEM O CASO DE JOSÉ DO EGITO



  CANDIDATOS EVANGÉLICOS: MEDITEM O CASO DE JOSÉ DO EGITO


Alguns que defendem o engajamento do crente na política dizem: “a história de José do Egito nos dá apoio para a participação dos reinos políticos deste mundo”. Para refutar esse argumento, basta lermos Gênesis 41: 40-41 que diz: “tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente ao trono eu serei maior que tu. Disse mais Faraó a José: vês, aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito”. Observe que José não se ofereceu para governar. José não disse a Faraó que estaria à disposição para administrar o Egito. Ele não se lançou candidato. Por ter José interpretado o sonho de Faraó, este o colocou na posição de governante. José foi colocado involuntariamente na posição governamental porque Faraó viu nele um homem que tinha o Espírito de Deus (Gn 41:38). Hoje, as pessoas dizem: “votem em mim, pois tenho princípios cristãos, usarei isto nas minhas decisões políticas”. Ou seja, as pessoas lançam-se como “candidatos de Deus”. O desejo por uma posição parlamentar é expresso de modo muito claro, o que não ocorreu com José.         

Em Gênesis 42:6 diz: “José, pois, era governador daquela terra”. A palavra “governador” nesse versículo não pode ser entendida no sentido político de hoje. José não era o governador político do Egito, mas o administrador do trigo, do cereal. Ele era o gestor da fazenda do Egito. O salmo 105:21 confirma essa verdade “fê-lo senhor da casa, e governador de toda a sua fazenda”. Nos versos 48, 49 e 56 do capítulo 41 de Gênesis, vemos José gerenciando, administrando, o cereal de todo o Egito.

O governador político do Egito sempre foi Faraó, em hipótese alguma foi José. Em Gênesis 41:40, lemos “tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono serei maior que tu”. Ou seja, Faraó quis deixar claro que ele era o governador político do Egito. No Salmo 105:20, lemos: “mandou o rei e o fez soltar; o dominador dos povos o soltou”. Quem é esse rei? Quem esse rei soltou? Em diz Gênesis 41:14 diz: “então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó”. Logo, o rei de Salmo 105:20 é Faraó, o governador político do Egito que soltou José do cárcere.

Precisamos entender que Deus tinha um plano específico ao permitir que José fosse o administrador do trigo do Egito. Jacó e seus filhos habitavam na terra das peregrinações, a terra de Canaã (Gn 37:1). Deus fez com que viesse uma terrível seca sobre a terra. A fome prevalecia em todas as terras inclusive em Canaã, onde habitava Jacó e seus filhos (Gn 41:57). Havia fome na terra de Canaã (Gn 42:5). Essa situação calamitosa fez com que Jacó ordenasse que os seus dez filhos, irmãos de José, que moravam em Canaã descessem ao Egito para comprar trigo (Gn 42:2-3).

Qual o propósito do Senhor em permitir a terrível seca fazendo com que os irmãos de José descessem ao Egito? Levar os irmãos de José ao arrependimento. Os irmãos de José eram maus e carnais (Gn 37:2); cheios de ódio (Gn 37:4); invejosos (Gn 37:11); mentirosos e homicidas (Gn 37:20). Deus pôs José como administrador do Egito para ele mostrar a seus irmãos que quem governava o coração deles não era Deus. José provou seus irmãos para ver como estavam seus corações (Gn 44:1-12). José percebeu que seus irmãos estavam humildes e quebrantados. Demonstraram mudança real de caráter. Assumiram a culpa pela iniqüidade que praticaram no passado. José, então, se deu a conhecer a seus irmãos. Nessa ocasião, José revelou a seus irmãos o propósito de tudo o que tinha acontecido (Gn 45:5-7). Note que Deus operou através de José, colocando-o como administrador do trigo do Egito por um propósito bem definido: preservação do povo do concerto do qual desencadearia o Cristo.

O Senhor permitiu a José ser o gestor da fazenda do Egito para quebrantar os corações de seus irmãos e mostrar-lhes que no meio de danos e injustiças deve-se ser perdoador. José não consumiu o amor de seu coração em sentimento vingativo e rancoroso, não se preocupou com as injustiças sofridas. Olhou para frente e não para trás. Isso marcou o coração de seus irmãos, que mais tarde tornar-se-iam um povo nitidamente separado, dedicado exclusivamente a Deus, assumindo o seu papel no plano divino da redenção. Portanto, não podemos usar um propósito específico de Deus, José como administrador do trigo do Egito, e generalizá-lo, a fim de justificar o engajamento do crente na política desse mundo.

Ir. Marcos Pinheiro

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