quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

COREOGRAFIAS NO CULTO? ESSA NÃO!



                          COREOGRAFIAS NO CULTO? ESSA NÃO!

Danças e coreografias como componentes da adoração divina ultrajam a glória da verdadeira adoração. Muitos citam a passagem do Salmos 150:4 como apoio bíblico para as danças e coreografias no culto a Deus - “Louvai-o com adufes e danças”. Nesse versículo a palavra hebraica para “dança” é “mâchowl” que deriva de “chuwl” significando “fazer uma abertura”. Portanto, “mâchowl” é uma alusão a um instrumento musical de tubo. Clemente, um dos pais da igreja, considerado o maior erudito do hebraico de sua época traduziu a palavra “mâchowl” como “flauta volteante”.

No contexto, a palavra “mâchowl” ocorre numa lista de instrumentos a serem usados na adoração a Deus. A lista possui sete instrumentos: trombeta, saltério, harpa, adufe, instrumento de cordas, címbalos sonoros e címbalos altissonantes. A maioria dos hebraístas afirma que a tradução da palavra não é “dança”, mas “flauta volteante”, um instrumento musical, uma vez que o salmista está listando todos os instrumentos musicais a serem utilizados em louvor ao Senhor.

O Salmo 150 fala em louvor a Deus de modo figurativo. No verso 1, o contexto é o céu. O salmista diz: “Louvai-o no firmamento do seu poder”. Em nenhum momento o salmista, nesse Salmo, fala de louvor direto a Deus no templo. Muito menos em uma igreja, no Novo Testamento. Como ainda estamos na terra e não no céu, não há nenhuma possibilidade de louvarmos a Deus “no firmamento do seu poder”. Portanto, o Salmo não dá permissão para “dançar para o Senhor” na igreja. Interpretar o Salmo como sendo um aval para se dançar no templo é forçar o texto. O salmista não está validando a dança na igreja,

Alguns para defender danças e coreografias citam Jeremias 31:4 “... E sairás com o coro dos que dançam” e Jeremias 31:13 “Então, a virgem se alegrará na dança...”. O contexto do capítulo 31 é a restauração de Israel. O povo de Deus voltaria a viver unido sob a bênção do Senhor. Os versículos falam das “virgens de Israel” que sairiam nas danças dos que se alegram. Ambas as passagens fazem referências às danças folclóricas sociais executadas pelas mulheres. A imagem é de um desfile cívico-militar de Israel com cadência rítmica de cunho folclórico-social. Portanto, não é o contexto de adoração a Deus no templo.

As passagens de I Samuel 18:6; 21:11 e 29:5 são citadas para defender as danças e coreografias. Essas passagens referem-se às danças das mulheres celebrando vitórias militares. Os versos falam do episódio das mulheres de todas as cidades de Israel dançando para celebrar a matança dos Filisteus por Davi. Em nenhum momento há recomendação que crentes as imitem. Aliás, não temos nesses textos, adoração direta a Deus no templo.

Em Êxodo 15:20 fala de Miriã e as mulheres que dançaram para celebrar a vitória sobre o exército egípcio. Em Juízes 11:34 fala da dança da filha de Jefté para celebrar a vitória de seu pai sobre os filhos de Amom. Em Juízes 21:21 e 21:23, trata-se da dança das filhas de Siló nas vinhas. Nessas referências em nenhum momento a dança é parte de um serviço de adoração. As danças não eram componentes da adoração divina. Eram celebrações sociais ou celebrações de cunho folclórico de eventos especiais. Por isso, ninguém pode dizer: a filha de Jefté, Miriã e as filhas de Siló dançaram, logo, podemos dançar no templo durante o culto divino.

A Bíblia simplesmente cita tais danças sem nem de longe recomendar que os crentes e a igreja do Novo Testamento imitem. Além disso, a dança na Bíblia nunca foi executada como parte da adoração no templo, na sinagoga ou na igreja primitiva. As danças eram dissociadas do tabernáculo e do templo.

O que temos que aprender é que a palavra “dança” não é usada uma só vez em conexão com a adoração a Deus!

Ir. Marcos Pinheiro

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