sábado, 11 de março de 2017

EXEGESE ACHISTA



                                          EXEGESE ACHISTA

O discurso de muitos pastores sobre a importância das Escrituras para a vida cristã não se harmoniza com o pouco valor que se dá ao estudo da Bíblia em nossas igrejas.

A igreja de hoje tem programas e agitação. Investe em shows musicais, Conferências, retiros, equipamentos de som e conforto. Porém, apresenta as mesmas patologias do mundo. A membresia facilmente se deixa enganar por novas heresias. Porque lhe falta base bíblica. Sem solidez bíblica a igreja perece face às artimanhas de Satanás. Igreja sadia só é possível com ensino profundo da Bíblia. “Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade” (Jo 17.17). O futuro da igreja depende de como ela está instruindo seus membros. Que tipo de crentes a igreja está formando?

Devido à falta de estudo profundo das Escrituras, se vive a “exegese achista”: “Eu acho assim, ó” ou “Eu penso assim, ó”. O relevante não é o “eu acho”. Nem o “eu penso”. O relevante é “a Bíblia diz assim”. O eixo hermenêutico para lermos o mundo é a Bíblia, não nossa visão e nossa cultura. A Bíblia não deve ser amoldada à nossa visão cultural. Temos visto um amaciamento da Bíblia para fazê-la consoante com a cultura secular. Consoante com o estilo de vida pecaminoso. A Palavra de Deus é quem deve modelar e corrigir nosso estilo de vida.

O ensino das Escrituras não deve transmitir conceitos, mas fundamentalmente uma pessoa, Jesus Cristo. As bases da instituição da igreja, quando foram lançadas, o foram sobre esta pergunta: “E vós, que dizeis que eu sou?”. O cristianismo é Cristo. Remova Cristo do cristianismo e ele se acaba. Todo o alicerce do processo de ensino cristão não é o moralismo, a integração social, a cidadania, mas a formação do caráter de Cristo em nós. No Evangelho, Cristo é o substrato da fé. O conteúdo pessoal de Jesus é a garantia do verdadeiro Evangelho.

Jesus não transmitia ideias, mas transmitiu-se a si mesmo num processo de autodoação: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45). A igreja precisa nutrir esta consciência. Ela não deve transmitir ideias, mas sim a vida que há em Cristo e que deve haver nela. Seu pastor e igualmente seus membros precisam dizer: “Não mais eu vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

A igreja precisa se doar a Cristo e se doar ao magistério bíblico. O alvo de Jesus eram as pessoas “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do Reino” (Mt 4.23). Seu ministério foi voltado primeiro para Deus, mas seu alvo eram as pessoas. O alvo da igreja deve ser as pessoas. Sua meta é formar o caráter de Cristo nas pessoas.  

A ferramenta de Jesus foi Sabedoria. As multidões se admiravam de sua sabedoria e diziam que ninguém falava como Ele. Os doutores ficavam estupefatos com suas respostas. Vale salientar que “Sabedoria” é diferente de cultura secular e de formação acadêmica. Vem de Deus (Pv 2.6). E quem não a tem, deve pedi-la a Deus que dá a quem pede (Tg 1.5). “Sabedoria” é ter dependência de Deus. Se a igreja quiser se livrar da 
“exegese achista” tem que buscar sabedoria através do estudo da Palavra.

É o que tenho a dizer
Ir. Marcos Pinheiro

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