sábado, 30 de dezembro de 2017

“EI! PSIU, OLHE PARA MIM”, “EI! DEUS ESTÁ MANDANDO TE DIZER”.

“EI! PSIU, OLHE PARA MIM”, “EI! DEUS ESTÁ MANDANDO TE DIZER”.

Vem se tornando comum nos púlpitos e nas redes sociais pastores e pregadores dizerem o jargão: “Ei! psiu, olhe para mim”, “Ei! Deus está mandando te dizer”. São os “ególogos”. Adoram o próprio ego e têm a pretensão de serem profetas do século 21.

Nem todos que falam de Deus é servo. Nem todos que fazem discurso sobre Deus é profeta. Assim como ninguém é um filósofo porque fez um curso de Filosofia, ninguém se torna servo de Deus por ter feito um curso de bacharel em Teologia. Emitir opiniões sobre a igreja, sobre o Evangelho e sobre a Bíblia não torna alguém servo de Deus. Servo não é título que qualquer um pode reclamar para si. Pode-se aplicar a poucos e não é o reclamante que se dirá servo, mas alguém dirá isso dele.

Servos são aqueles que marcam uma vida positivamente com os valores do Evangelho. Servos são aqueles que falam a Palavra relevante de um Deus relevante. Servos são escravos da Palavra. Falam o que a Palavra fala e calam-se onde a Palavra cala. Ególogos não são servos. Os ególogos ensinam dicas e truques, como segredos para levantar boas ofertas e, chamam a isso de Evangelho. Os ególogos são cheios de gabolice. O púlpito é o instrumento para a proclamação da Palavra e não lugar para exibição, autoglorificação e gabolice.

Quando o pregador aparece mais do que a Palavra é ególogo. E se algum de nós aparece muito, no púlpito, mais que a verdade que pregamos, confessemos o pecado de querer tomar o lugar do que é Divino. I Coríntios 1.23 diz: "Mas nós pregamos a Cristo crucificado". Que lembrança! Que saudades do tempo em que nossa marca maior era a teologia da cruz. Hoje, prevalece o feno e a palha com os jargões intercalados “Ei! psiu, olhe para mim”, “Ei! Deus está mandando te dizer”.

É lamentável vermos tantos seminários, tanta literatura produzida, tantos pregadores nas redes sociais e igrejas passando por problemas doutrinários tão sérios.

Num tempo que se mostra com tantas novidades é necessário termos pastores profundamente convencidos do lugar da Bíblia e da centralidade da pessoa de Jesus Cristo. Como disse Lloyd-Jones, precisamos de pessoas “intoxicadas de Cristo”. Isto não é ser piegas. É questão fundamental, de sobrevivência da igreja como igreja.

Precisamos de pastores e pregadores com equilíbrio moral, espiritual e emocional. Precisamos de pastores que sejam pastores. Pastores que amem o púlpito e dele se desincumbam com zelo. Precisamos de músicos que amem seu trabalho, vendo-o como paixão, não como ganha-pão. Não precisamos de destemperados, narcisistas, gabolas e ególogos.

Ir. Marcos Pinheiro

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